- WSL / Pablo Jimenez
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A peruana Sofia Mulanovich fez história mais uma vez. A única surfista da América do Sul a ser campeã mundial da World Surf League em 2004, agora se torna a primeira sul-americana a vencer o Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro nas três edições do QS 1500 do Chile. Antes da vitória na final contra a jovem surfista da Costa Rica, Leilane McGonagle, de apenas 16 anos de idade, Mulanovich garantiu o título sul-americano da WSL South America para a brasileira Nathalie Martins, 26, quando derrotou a outra única concorrente nas semifinais, a chilena Lorena Fica, 21. A peruana foi a campeã do ano passado e agora termina como vice-campeã, empatada com a cearense Silvana Lima, 32, vencedora da outra etapa no Brasil.

Sofia Mulanovich - PER - Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro Sofia Mulanovich - WSL / Luis Barra

"Bem, eu quero agradecer muito a todas as pessoas que vieram aqui para apoiar o surfe feminino latino e obrigado aos surfistas locais que deixaram o mar para a gente competir todos esses dias", foram as primeiras palavras de Sofia Mulanovich, no pódio da vitória inédita de uma sul-americana no Maui and Sons Pichilemu Pro. "As ondas aqui em Punta de Lobos são incríveis, é o meu campeonato preferido no mundo e obrigado a Trini (Trinidad Segura), organizadora do evento, e aos patrocinadores. Estou superfeliz e muito obrigada a todos".

Na cerimônia de premiação no pódio, a primeira a ser coroada foi a paranaense Nathalie Martins, que recebeu o enorme troféu de campeã sul-americana das mãos do diretor regional da WSL South America, Roberto Perdigão. A brasileira foi barrada na primeira rodada do domingo em Punta de Lobos e ficou na torcida para que Lorena Fica não vencesse o campeonato, único resultado para a chilena lhe tirar o título no domingo em Pichilemu. A importância do título é a garantia de participação nas principais etapas do WSL Qualifying Series na próxima temporada.

Leilani McGonagle - CRI - Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro Leilani McGonagle - WSL / Luis Barra

"Primeiro, eu quero felicitar e agradecer todas as pessoas que fizeram esse evento e também as minhas amigas pela torcida e pela vibração", disse a nova campeã sul-americana de 2016 da WSL South America. "Quero também felicitar todas as competidoras que fizeram um grande trabalho, estou muito contente e obrigado a todos por me receberem tão bem aqui no Chile. Mas, este troféu é muito grande pessoal e nem sei como vou levar ele para casa (risos)".

Antes, Nathalie Martins já havia comentado sobre o título sul-americano na cabine da transmissão ao vivo do evento pela internet, inclusive atuando como comentarista na grande final entre Sofia Mulanovich e Leilani McGonagle: "Felizmente, a Sofia (Mulanovich) ganhou da Lorena (Fica) na semifinal e já estou aqui como campeã. Estou muito contente e só tenho que agradecer a todos que me apoiaram e torceram por mim para chegar até aqui. Foi um campeonato bem difícil, muito nervosismo durante esses dias e estou muito feliz que terminou tudo bem, conseguindo meu objetivo de vir para cá, que era ser campeã sul-americana".

Dominic Barona - ECU - Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro Dominic Barona - WSL / Luis Barra

A bicampeã chilena, Lorena Fica, disputou a primeira bateria do domingo em Punta de Lobos e conseguiu derrotar a competidora sul-americana mais bem colocada no ranking do WSL Qualifying Series, a equatoriana Dominic Barona, na disputa vencida pela peruana Anali Gomez. Mas, o caminho ainda era longo para ela tirar o título da brasileira, pois o único resultado para conseguir isso era vencer o Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro.

A outra concorrente de Nathalie Martins era a argentina Lucia Indurain, que perdeu no confronto seguinte para a campeã Sofia Mulanovich e a americana Bethany Zelasko. Nathalie Martins entrou na terceira bateria e também terminou em terceiro lugar, sendo barrada pela argentina Josefina Ane e por outra americana, Nicole Fulford. Nas quartas de final, Lorena Fica surfou bem de novo para despachar Bethany Zelasko e seguir com chance de ser campeã sul-americana.

Bethany Zelasko - USA - Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro Bethany Zelasko - WSL / Luis Barra

DECISÃO DO TÍTULO - Só que ela iria enfrentar a defensora do título, Sofia Mulanovich, que ganhou o duelo peruano com a vice-campeã sul-americana do ano passado, Anali Gomez. Sofia começou bem com nota 7,17 e liderou todo o confronto, surfando ainda duas ondas na casa dos 6 pontos para vencer por 13,90 a 9,23 pontos. Com o resultado, Nathalie Martins foi consagrada como campeã sul-americana de 2016 e Lorena Fica ficou em quarto lugar no ranking das duas etapas da WSL South America realizadas esse ano. A outra foi o Praia do Forte Pro na Bahia, onde Nathalie foi finalista na bateria vencida pela cearense Silvana Lima.

Na segunda semifinal, estava a outra sul-americana que já tinha decidido o título do Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro, a argentina Josefina Ane. Nos dois primeiros anos do QS 1500 do Chile, só tinha dado Havaí no alto do pódio, com Dax McGill vencendo a edição de 2014 e Alessa Quizon ganhando a do ano passado. No entanto, a argentina não conseguiu passar pela costa-ricense Leilani McGonagle, que tinha feito o maior placar do campeonato em sua primeira atuação no domingo em Punta de Lobos, 17,30 pontos com notas 9,00 e 8,30.

Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro - WSL / Pablo Jimenez

GRANDE FINAL - A grande final foi, então, mais um confronto de gerações em Pichilemu, entre a peruana Sofia Mulanovich com seus 33 anos de idade e toda a experiência de várias temporadas fazendo parte do grupo das melhores surfistas do mundo, com a jovem surfista da Costa Rica, Leilani McGonagle, de apenas 16 anos de idade. A decisão começou por volta das 17h00 com a praia lotada em Punta de Lobos e Leilani surfou a primeira onda da bateria para largar na frente com nota 4,0.

Mulanovich falha na escolha da sua primeira onda e Leilani surfa outra que valeu 3,67. Mas, logo a peruana acha as esquerdas abrindo mais parede para mostrar a força do seu backside e tirar notas 6,17 e 4,83 em duas ondas seguidas para assumir a ponta e não largar mais. A costa-ricense fica mais ativa dentro d´água, indo em mais ondas para se manter na briga e consegue um 5,13, diminuindo a vantagem para 5,88. Depois, Leilani pega uma esquerda bem mais longa e sai manobrando de frontside, atravessando as sessões para tirar 5,93 dos juízes.

Emily Gussoni - CRI - Maui and Sons Pichilemu Woman´s Pro Emily Gussoni - WSL / Pablo Jimenez

Só que logo Sofia reponde com duas batidas potentes de backside numa onda mais curta que renderam nota 6,87, com McGonagle passando a precisar de 7,11 pontos nos 5 minutos finais. Ela até chegou perto surfando sua melhor onda, que valeu 6,90. Mas, a peruana ainda pega outra esquerda em pé para repetir o ataque de duas manobras fortes com mais verticalidade e ganhar nota 8,67, sacramentando a vitória por 15,54 a 12,83 pontos. O título valeu um prêmio de 6.000 dólares para Sofia Mulanovich, que ainda subiu para o quadragésimo lugar no ranking do WSL Qualifying Series com os 1.500 pontos recebidos no Chile.

Leilani McGonagle também ficou feliz pelo vice-campeonato, seu melhor resultado da carreira no WSL Qualifying Series, que a levou para a 58.a posição no ranking: "Primeiramente, gostaria de agradecer a todos por virem aqui nos apoiar. Foram dias muito bons surfando com todas as meninas e obrigado aos organizadores desse evento incrível. Quero felicitar a Sofia (Mulanovich) que surfou muito bem e também agradecer ao meu pai, que está lá na Costa Rica assistindo o campeonato. Te amo papai e obrigado por todo o apoio, estou muito feliz".

Nicole Fulford
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