- WSL / Daniel Smorigo

Um sábado emocionante e ainda com boas ondas na Praia de Maresias lotada, fechou o Red Nose São Sebastião Pro com uma final entre dois tops da elite mundial da World Surf League. O catarinense Yago Dora confirmou sua primeira vitória no Brasil com um aéreo que valeu nota 8,5 para superar o paulista Jessé Mendes por 13,03 a 10,83 pontos. Antes, outro paulista já havia comemorado bastante o título de campeão sul-americano da WSL South America, com Wesley Santos conseguindo exatamente o resultado que precisava para ultrapassar o peruano Alonso Correa na liderança do ranking.

Yago Dora - Red Nose São Sebastião Pro Yago Dora - WSL / Daniel Smorigo

"Estou muito feliz por vencer essa final aqui no Brasil, pois acho que nunca tinha feito um resultado tão bom aqui pro público brasileiro", disse Yago Dora, logo que chegou ao pódio. "A final, infelizmente deu uma mudada no mar e a gente não conseguiu pegar boas ondas. Mas, fiquei feliz por ter voltado daquele aéreo nota 8,5 que me garantiu a vitória. Maresias sempre foi um lugar que eu gosto muito, mas eu nunca tinha tido um resultado bom aqui. Mesmo assim, sempre senti uma conexão muito boa com essa onda, é um lugar que eu amo, então conseguir minha primeira vitória no Brasil aqui, foi perfeito".

A grande final foi iniciada por volta das 17h00, com a praia cheia ainda já no entardecer em São Sebastião. A disputa do título começou com os dois competidores errando as manobras em suas primeiras ondas. Somente na metade da bateria, Jessé Mendes achou uma esquerda melhor que abriu a parede para fazer duas manobras com velocidade que valeram nota 6,0. Com ela, assumiu a liderança, porém com uma pequena vantagem de 5,83 pontos. O catarinense Yago Dora pegou uma esquerda bem maior, porém errou a segunda manobra.

Yago Dora - Red Nose São Sebastião Pro Yago Dora - WSL / Daniel Smorigo

Depois, Jessé entrou numa direita que fechou rápido e Yago foi na esquerda, que formou a rampa para arriscar o aéreo que vinha tentando e desta vez completou para receber 8,5 e assumir a ponta nos 5 minutos finais. Jessé passou a precisar de 7,04 para vencer, só que não entrou mais nenhuma onda boa e Yago Dora festejou sua terceira vitória da carreira no WSL Qualifying Series por 13,03 a 10,83, faturando o prêmio máximo de 12.000 dólares e os 3.000 pontos oferecidos ao campeão do Red Nose São Sebastião Pro. Pelo vice-campeonato, Jessé Mendes recebeu 6.000 dólares e marcou 2.250 pontos no ranking do WSL Qualifying Series.

"Estou feliz por ter feito essa final, apesar de que a maré secou muito e as condições ficaram fechando um pouco na bancada. Ficou difícil de achar ondas boas e o Yago (Dora) foi mais feliz em conseguir aquela rampa pra voar que decidiu a bateria", disse Jessé Mendes. "Mesmo assim, deu altas ondas essa semana toda aqui e é difícil Maresias ter boas ondas assim tantos dias seguidos. Agora troquei minha pior pontuação no ranking e poderia ter sido melhor se vencesse, mas agora vou até mais confiante para tentar minha vaga para o CT do ano que vem lá no Havaí, certamente".

Jesse Mendes - Red Nose São Sebastião Pro Jesse Mendes - WSL / Daniel Smorigo

PUPOS NAS SEMIFINAIS - A expectativa de toda a torcida que lotou a praia no sábado, era por uma final entre os irmãos Pupo, que moram em Maresias. No entanto, Miguel e Samuel perderam nas semifinais e terminaram empatados em terceiro lugar no Red Nose São Sebastião Pro. Cada um recebeu 1.680 pontos para o ranking do WSL Qualifying Series e um prêmio de 4.000 dólares.

O mais jovem, Samuel Pupo, que neste ano conquistou o título sul-americano Pro Junior da WSL South America na categoria para surfistas com até 18 anos de idade, foi o primeiro a cair. O também paulista Jessé Mendes, do Guarujá, dominou a bateria desde as primeiras ondas que surfou e valeram 7,60 e 8,00. Mesmo com a derrota, o terceiro lugar no QS 3000 Red Nose São Sebastião Pro, foi o melhor resultado de Samuel Pupo nas doze etapas do QS que ele disputou esse ano.

Samuel Pupo - Red Nose São Sebastião Pro Samuel Pupo - WSL / Daniel Smorigo

"O objetivo era ir pra final e ganhar o campeonato, mas peguei um atleta bem difícil de competir", admitiu Samuel Pupo, que também falou sobre o título mundial Pro Junior da World Surf League, que será disputado na primeira semana de dezembro em Taiwan: "Vai ser minha última etapa do ano e vou com tudo pra lá. Eu fui campeão sul-americano, então vou chegar lá como um dos favoritos. É uma onda que favorece bastante o meu surfe, um beachbreak (fundo de areia), então espero ganhar o título neste meu último ano de Pro Junior. Mas, eu queria muito fazer uma final aqui com o meu irmão (Miguel Pupo). Ia ser demais".

MELHOR DO DIA - E Miguel Pupo também perdeu a disputa pela segunda vaga na grande final contra um inspirado Yago Dora. O catarinense tinha feito o segundo maior placar do campeonato - 17,43 pontos - com as notas 8,93 e 8,50 que conseguiu em suas últimas ondas surfadas contra o francês Nomme Mignot, que dominou quase toda a bateria. E contra o Miguel, Yago mandou um aéreo incrível que recebeu a segunda maior nota do Red Nose São Sebastião Pro, 9,83. Três dos cinco juízes chegaram a lhe dar nota 10 e essa onda acabou decidindo a vitória apertada por 16,83 a 15,33 pontos.

Miguel Pupo - Red Nose São Sebastião Pro Miguel Pupo - WSL / Daniel Smorigo

Miguel e Samuel Pupo dividiram o terceiro lugar no QS 3000 de Maresias e os quatro que perderam nas quartas de final terminaram empatados em quinto lugar. O paulista que defendia o título desta etapa de São Sebastião, Deivid Silva, o baiano Yagê Araujo, o catarinense Mateus Herdy e o francês Nomme Mignot, marcaram 1.260 pontos no ranking do WSL Qualifying Series e receberam 2.000 dólares de prêmio. Outros oito surfistas também competiram no sábado e foram derrotados na rodada classificatória para as quartas de final.

TÍTULO SUL-AMERICANO - Outro momento emocionante no sábado de praia lotada em Maresias aconteceu pela manhã, com Wesley Santos festejando o título de campeão sul-americano da WSL South America em 2018. Ele precisava de um nono lugar no Red Nose São Sebastião Pro e conseguiu exatamente essa colocação, mas foi no sufoco. Wesley só tirou o terceiro lugar na bateria da quinta fase do cearense Michael Rodrigues na onda que surfou nos minutos finais. Aliás, os quatro competidores pegaram ondas e ficou o suspense pela divulgação das notas.

Wesley Santos - Red Nose São Sebastião Pro Wesley Santos - WSL / Daniel Smorigo

Wesley estava em último e ultrapassou o cearense, mas os dois classificados para as quartas de final foram o também paulista Miguel Pupo e o francês Nomme Mignot. Mas, isso já não importava mais para Wesley Santos, com o surfista de Peruíbe, cidade da Baixada Santista, comemorando muito com todos que estavam torcendo por ele. Com o nono lugar em Maresias, ele atingiu 2.300 pontos no ranking final da WSL South America, contra 2.280 do peruano Alonso Correa, que não veio defender a liderança no Brasil.

"É uma emoção muito irada, pois é o primeiro título na minha carreira como profissional e ainda mais da WSL", vibrou Wesley Santos. "Foi um ano muito longo. Eu venci a etapa da Argentina e fui para algumas etapas com ondas muito grandes que não são o meu forte, mas procurei arriscar mais e estou muito feliz. Hoje (sábado) ali na praia, depois que terminou a bateria, foi muita tensão esperando o resultado e nem me importava se eu passei ou não para as quartas, pois só queria o terceiro lugar para ganhar este título que é muito importante para a minha carreira".

Wesley Santos - Red Nose São Sebastião Pro Wesley Santos - WSL / Daniel Smorigo

"Esse título vai para todas as pessoas que acreditam no meu potencial, nunca esqueceram de mim e também para toda a minha família. A vitória é para todos vocês", continuou Wesley Santos, que garantiu sua participação para as principais etapas do WSL Qualifying Series em 2019, com status QS 10000 e QS 6000, que são decisivas na briga pelas dez vagas para a elite do CT, com a conquista do título sul-americano.

"Agora é treinar bastante com foco para o ano que vem, porque vou poder correr os eventos mais importantes e estou muito feliz por tudo isso", prosseguiu um entusiasmado Wesley Santos. "Na real, a ficha nem caiu ainda. Eu peguei a última onda ali, surfei do jeito que deu, mas Deus abençoou e essa vitória é para Ele também. Sem dúvidas, essa foi a bateria mais tensa da minha vida. Parou de vir ondas, mas acreditei que ia ter que chegar uma boa para mim. Tive que ter um pouco de paciência para esperar e pegar essa última no final pra virar e quase passar a bateria. Mas isso já não importava mais, porque o importante era eu sair daqui com o título de campeão sul-americano".

Red Nose São Sebastião Pro Red Nose São Sebastião Pro - WSL / Daniel Smorigo

O Red Nose São Sebastião Pro foi uma realização da World Surf League com patrocínios da Red Nose, Jeep, Corona, Prefeitura Municipal de São Sebastião e divulgação da 89 FM e Waves, além do apoio da Confederação Brasileira de Surf, Federação Paulista de Surf, Associação de Surf de São Sebastião e Associação de Surf de Maresias.

SOBRE A RED NOSE - A Red Nose foi criada em 1996, quando o idealizador da marca conheceu o Pitbull Red Nose, o "puro pitbull", uma raça até então pouco conhecida. Foi inspirada na agilidade, força, atitude e coragem deste animal que nasceu a Red Nose, uma das marcas mais Xtremes do mundo dos esportes de ação mais intensos e radicais. Começou apoiando as lutas de Jiu Jitsu e MMA, depois outras modalidades como o Big Surf, Skate, Caiaque, Paraquedismo, Motocross e Motorsports, se incorporaram ao team Red Nose Xtreme. Em 2014, a marca realizou seu primeiro evento internacional de surf, o Red Nose Pro Junior em Baía Formosa (RN). E em 2015, promoveu uma etapa do WSL Qualifying Series com status QS 6000 em Santa Catarina, o Red Nose Florianópolis Pro no Costão do Santinho. Curiosamente, ambos os eventos foram vencidos pelo mesmo surfista, o paulista Deivid Silva.

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