- WSL / Kelly Cestari
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Highlights do primeiro dia de competições.
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Highlights: Round 1

O Billabong Pipe Masters começou com vitória brasileira do potiguar Italo Ferreira, mas depois só o campeão mundial Gabriel Medina estreou com vitória no mar difícil da quinta-feira de ondas que variaram entre 6-10 pés, mas com poucos tubos em Banzai Pipeline, no Havaí. Entre os concorrentes ao título mundial do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour, o dia começou com a notícia da saída de Owen Wright pela queda que sofreu treinando em Pipe na quarta-feira. Além de Medina, apenas o líder Mick Fanning venceu sua bateria, mas os outros têm uma segunda chance de classificação nos duelos eliminatórios da segunda fase.

Filipe Toledo chegou perto da vitória na sua última onda e agora vai abrir o próximo dia, encarando o havaiano Bruce Irons. Adriano de Souza enfrenta o jovem vencedor da triagem, Jack Robinson, na quarta bateria. E na quinta, Julian Wilson faz um duelo australiano com o líder da Tríplice Coroa Havaiana, Wade Carmichael. Mineirinho e Robinson estrearam juntos no quarto confronto da quinta-feira e o brasileiro só conseguiu surfar um tubo não tão profundo em Pipeline que valeu nota 6,33. O taitiano Michel Bourez acabou vencendo somando 5,5 com 3,83 em mais uma das muitas baterias fracas de ondas em Pipeline.

Current World No.2 and World Title contender, Filipe Toledo (BRA) faces elimination in Round 2 against Bruce Irons (HAW). Filipe Toledo deixa escapar a vitória no Round 1 - WSL / Kelly Cestari

Filipinho entrou na seguinte e assumiria a ponta do ranking se vencesse. O havaiano Jamie O´Brien, que já fez final em Pipeline, achou um bom tubo no finalzinho e a nota 7,33 recebida na única onda que completou, lhe garantiu a vitória. Filipinho tinha só o 5,17 da sua primeira onda, as outras que pegou fecharam rápido, mas ainda teve a chance da virada no final. Ele pegou um tubo que era pequeno, mas só precisava de 2,90 pontos, porém a média ficou em 2,67. Já Kolohe Andino só surfou sua única onda no último minuto e ficou em terceiro lugar.

Gabriel Medina competiu antes deles e teve mais sorte para surfar três tubos e vencer com as notas 7,33 e 5,27 dos dois últimos que pegou. O campeão mundial estreou em um confronto direto por um inédito título da Vans Triple Crown of Surfing para o Brasil. Ele é o segundo no ranking da Tríplice Coroa Havaiana e derrotou o líder Wade Carmichael, além do havaiano Keanu Asing. Com a classificação de Medina, Mick Fanning não poderá mais ser consagrado campeão mundial na segunda fase, mesmo que Filipe e Adriano percam suas baterias.

Gabriel Medina passa direto para o terceiro round
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Gabriel Medina fala sobre a sua vitória no round 1 do Pipe Masters.

"Eu estava um pouco nervoso antes de entrar, porque o mar está meio difícil de achar os tubos e o vento também ficou forte no meio da bateria para complicar ainda mais", disse Gabriel Medina. "Ainda bem que eu consegui pegar um que foi muito bom no final e estou amarradão por passar pra terceira fase. Eu estou numa posição diferente do ano passado, mas prefiro não ficar pensando em título. Só quero surfar bem e o que tiver que acontecer, vai acontecer. Eu não quero botar nenhuma pressão em mim mesmo, quero apenas ir lá e surfar".

O australiano Mick Fanning estreou depois dos três brasileiros e achou um tubaço nas direitas do Backdoor para receber a primeira nota excelente do dia, 9,43. Ela foi decisiva para superar um especialista em Pipeline, Bruce Irons, que vencia a bateria com notas 7,83 e 6,50, com o também havaiano Sebastian Zietz ficando em último. Fanning foi o primeiro a bater os 14,26 pontos do potiguar Italo Ferreira na primeira bateria, aumentando o recorde para 14,60 pontos.

"Eu estava muito nervoso porque o Bruce (Irons) e o Seabass (Sebastian Zietz) são alguns dos melhores surfistas do mundo, especialmente aqui em Pipeline", disse Mick Fanning. "Nós começamos a pegar ondas muito rápido e fiquei feliz por pegar um bom tubo no Backdoor. Mas, o restante da bateria foi desesperador porque o Bruce é capaz de qualquer coisa aqui".

Mick fanning faz 9.43 em sua melhor onda
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Onda excelente de Mick para o Backdoor

ESTREANTE DO ANO - Com o prêmio especial de "Rookie of the Year" já garantido, como o melhor estreante do Samsung Galaxy WSL Championship Tour 2015, Italo abriu o Billabong Pipe Masters com um belo tubo seguido por duas manobras que valeram nota 8,33. O australiano Adrian Buchan também achou um bom tubo nas esquerdas de Pipeline, mas ficou em segundo lugar, com o irlandês Glenn Hall em último. Com a saída de Owen Wright, Italo ficou com o caminho livre para terminar sua primeira temporada no seleto grupo dos top-5. Ele já ultrapassa o australiano se vencer a sua próxima bateria, na terceira fase.

"Estou feliz por ter vencido minha primeira bateria em Pipeline. Eu estava nervoso porque nunca tinha competido aqui e apenas tentei me posicionar bem no mar", disse Italo Ferreira. "O Kekoa (Bacalso), que é um amigo meu havaiano daqui, falou que eu deveria apostar nas ondas de oeste, então foi o que eu fiz e consegui pegar um bom tubo na minha primeira onda. Aqui em Pipeline é muito difícil você treinar, você não consegue pegar ondas, então tentei aproveitar ao máximo na bateria para surfar alguns tubos e estou feliz por ter começado com o pé direito".

Italo começa com vitória em Pipe.
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Estreante do ano, Italo segue confiante

O outro australiano que tem chance de ser campeão mundial competiu depois de Fanning e foi mais um que não achou nada de ondas. Julian Wilson venceu o Billabong Pipe Masters no ano passado, derrotando Gabriel Medina na decisão, mas dessa vez não completou nenhum tubo. Já o também australiano Kai Otton pegou um muito bom que arrancou nota 10 de dois dos cinco juízes, com a média ficando em 9,73, batendo o 9,43 de Mick Fanning.

TUBO NOTA 10 - A primeira nota máxima só saiu na bateria do Kelly Slater, que reuniu os três surfistas mais experientes da elite dos top-34 da World Surf League. Mas, não foi para o onze vezes campeão mundial e sim para C.J. Hobgood numa onda cavernosa, muito difícil, que ele desapareceu e depois saiu no único lugar possível antes da montanha de água fechar tudo atrás dele. Nota 10 unânime dos cinco juízes logo na primeira onda do campeão mundial de 2001, que já anunciou que vai parar de competir esse ano. Slater só pegou um tubo nota 7,5 e ficou em último, com Taj Burrow em segundo somando duas notas na casa dos 5 pontos.

C.J. consegue uma nota 10
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Em seu último Pipe Masters, C.J. consegue um tubo perfeito

"Antes de começar a bateria, eu falei ao Kelly (Slater) que era um privilégio ter vivido minha geração no surfe, por ter surfado contra o melhor surfista do mundo durante toda minha vida e sei o quanto já estou velho", disse C.J. Hobgood, sorrindo. "Acho que o Taj (Burrow) pensou que ia ser uma onda sem qualidade, o Kelly nem sequer olhou para ela e não parecia tão grande pra mim também. Foi uma coisa de Deus mesmo. No final, pensei que o lip ia me derrubar, mas fiquei firme o tempo todo e consegui sair na hora certa, no lugar certo".

A condição do mar continuava difícil, com poucas ondas rodando tubos durante as baterias. O havaiano John John Florence achou um que valeu 8,33 para vencer por 13,33 pontos. Na disputa seguinte, praticamente não entrou nada, nenhum tubo sequer para os três competidores e o australiano Bede Durbidge ganhou por irrisórios 2,84 pontos, computando notas 1,67 e 1,17. Adam Melling ficou em segundo com 1,14 e o brasileiro Wiggolly Dantas em terceiro com 1,10 numa das baterias mais fracas de ondas de toda a história do Pipe Masters.

Kai Otton foi destaque no round 1
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Otton sempre se destaca em ondas pesadas e tubulares

Miguel Pupo também sofreu com a falta de tubos e terminou igualmente em último no confronto que fechou a primeira fase e a quinta-feira no Havaí. Existia a possibilidade de já iniciar a segunda fase, mas a condição do mar estava tão inconstante, tão ruim, que a comissão técnica preferiu deixar para um próximo dia de ondas melhores. Até porque será a primeira rodada eliminatória do Billabong Pipe Masters e o vice-líder na corrida do título mundial está na primeira bateria, Filipe Toledo, num perigoso duelo com o local Bruce Irons.

Kelly Slater no Round 1 do Pipe Masters.
- WSL / Kirstin Scholtz
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Kelly Slater no Round 1 do Pipe Masters.
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