- WSL / Daniel Smorigo
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Grumari event site. Grumari - Rio de Janeiro - WSL

O Oi Rio Pro 2016 apresentado por Corona começou bem para o Brasil, com o defensor do título da etapa carioca do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour, Filipe Toledo, vencendo a primeira bateria do dia na Praia de Grumari. Na segunda, Gabriel Medina foi o primeiro cabeça de chave a perder e logo o líder do ranking, Matt Wilkinson, e o atual campeão mundial Adriano de Souza, foram derrotados pelos convidados Marco Fernandez e Lucas Silveira, respectivamente. Depois, o Brasil só voltou a vencer com Alejo Muniz na penúltima bateria, mas ninguém surfou melhor do que o potiguar Italo Ferreira, que fez os recordes - nota 9 e 16,50 pontos - da terça-feira na bateria brasileira com Miguel Pupo e Bino Lopes. A primeira fase feminina fechou o primeiro dia e a chamada da quarta-feira será novamente às 7 horas, com Mineirinho e Bino Lopes abrindo a segunda fase em Grumari.

Italo consegue uma onda excelente
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Com uma onda que valeu 9 pontos, Italo segue direto para o round 3

O surfista de Baía Formosa (RN) foi premiado como o "Estreante do Ano" em 2015 e é um dos dois únicos surfistas que podem tirar a lycra amarela do Jeep WSL Leader de Matt Wilkinson no Oi Rio Pro. No entanto, para isso, Italo Ferreira e o havaiano Sebastian Zietz precisam vencer a etapa brasileira e o australiano não passar nenhuma bateria no Rio de Janeiro. A primeira ele perdeu para o baiano Marco Fernandez, o campeão da triagem organizada pela Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro (FESERJ) na segunda-feira em Grumari. E a segunda será contra outro reforço da "seleção brasileira" no Rio de Janeiro, o bicampeão sul-americano Pro Junior, Deivid Silva.

"Eu estou competindo sem sentir nenhuma pressão, só tentando fazer o meu trabalho bem feito em todos os eventos desse ano", disse Italo Ferreira, que vem de duas semifinais consecutivas na "perna australiana" da World Surf League. "Eu só quero conseguir mais um bom resultado aqui e estou me sentindo superbem, com o apoio incrível de todos os meus patrocinadores. As minhas pranchas também estão muito boas e estou feliz porque tenho o suporte de toda a minha família que está aqui comigo".

Toledo volta com tudo
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Filipe mostrou que está em boa forma

Italo também comentou sobre a vitória com os recordes do Oi Rio Pro 2016. "Eu consegui me posicionar no lugar certo para pegar a onda da série e eu já tinha treinado ontem (segunda-feira) aqui nas direitas, então joguei todas as minhas fichas no início da bateria. Fico feliz que deu tudo certo e espero continuar assim até o fim do campeonato".

RECORDES DO DIA - Italo venceu Miguel Pupo e Bino Lopes logo nas duas primeiras ondas que surfou na bateria. Na primeira, conseguiu acertar uma série de duas manobras muito potentes de backside numa direita para arrancar nota 9,0 dos juízes. Na segunda, ganhou 7,5 para fechar o maior placar do Oi Rio Pro em 16,50 pontos. Quem chegou mais perto dessa marca foi o também brasileiro Lucas Silveira, que só garantiu a vitória sobre o campeão mundial Adriano de Souza na última onda que surfou na bateria e valeu nota 8,67. Com ela, atingiu 15,84 pontos contra 13,80 do Mineirinho e 13,74 do havaiano Keanu Asing.

Adriano de Souza during Round One. Adriano de Souza - WSL / Daniel Smorigo

"Essa torcida aqui do Rio de Janeiro é incrível, não tem o que falar da motivação que eles dão para a gente dentro d´água", destacou Lucas Silveira, atual campeão mundial Pro Junior da World Surf League. "Eu sou o único carioca no evento, então é mais um motivo para eles torcerem. Estou querendo aproveitar ao máximo essa oportunidade, mas o nível do CT é muito alto. Mesmo assim, as vezes ter sucesso no QS é mais difícil de ficar entre os top-10 entre 900 surfistas. No CT, são 34 tops da elite, alguns não vieram para cá e quero aproveitar como outros caras que se deram bem".

Antes de Lucas Silveira ganhar do atual campeão mundial, Adriano de Souza, Marco Fernandez já tinha repetido o ataque nas ondas de Grumari que usou para vencer a triagem contra o líder do ranking 2016 da World Surf League. Matt Wilkinson não achou as ondas e o baiano aproveitou bem as chances que teve para vencer a bateria por 13,43 pontos. O potiguar Jadson André ficou em segundo com 11,57 e o australiano em último com apenas 8,73 pontos. Wilkinson vai ter que disputar a segunda fase, como os campeões mundiais Adriano de Souza e Gabriel Medina e, ainda, o vice-líder do ranking, Sebastian Zietz, e Kolohe Andino, quarto colocado no seleto grupo dos top-5.

Trials winner Marco Fernandez after winning his Round One heat. Marco Fernandez - WSL / Kelly Cestari

"Eu estou muito feliz por estar representando o meu estado (Bahia) numa etapa do CT depois de dez anos", disse Marco Fernandez, que no momento ocupa a décima posição na lista dos dez surfistas que se classificam para o CT pelo ranking do WSL Qualifying Series. "Mesmo sendo somente nesta etapa, fazia muito tempo que nenhum baiano competia com os melhores do mundo. Mas, isso é só o início de um grande trabalho e espero no final do ano estar fazendo parte dessa elite de uma vez por todas. O foco é nessa etapa agora, que vou tentar fazer um grande resultado para levar lá para a galera da Bahia".

DEFENSOR DO TÍTULO - Quem também saiu muito feliz do mar na terça-feira foi o defensor do título de campeão do Oi Rio Pro apresentado por Corona. Filipe Toledo sofreu uma contusão séria na aterrisagem de um aéreo durante a semifinal da primeira etapa da temporada na Gold Coast, contra o hoje líder do ranking, Matt Wilkinson. Ele nem competiu nas outras duas provas da "perna australiana" e só voltou a surfar na semana passada. Filipe preferiu não arriscar as manobras mais perigosas e fez o necessário para estrear com vitória por 13,77 pontos contra o norte-americano Kanoa Igarashi e o havaiano Dusty Payne.

Matt Wilkinson during Round One. Matt WIlkinson - WSL / Daniel Smorigo

"Estou amarradão em estar de volta, de voltar a vestir a lycra de competição e vencer a bateria então, foi a melhor sensação do mundo", disse Filipe Toledo. "A minha família inteira está aqui comigo, meus amigos também e estou pronto para defender o meu título do evento. Já estou me sentindo quase 100% recuperado da contusão, talvez uns 95%, mas nada que me incomode durante o surfe. Ainda estou fazendo fisioterapia diariamente para chegar nos 110% e ficar bem melhor para o restante da temporada, que ainda é bem longa e muita coisa pode acontecer".

Depois das vitórias de Filipe Toledo, Italo Ferreira, Marco Fernandez e Lucas Silveira, o outro único dos quatorze participantes do Brasil no Oi Rio Pro a passar direto para a terceira fase nas ondas de 3-4 pés de Grumari foi o catarinense Alejo Muniz. No penúltimo confronto da primeira fase masculina, ele tirou a vitória do australiano Adrian Buchan na sua última onda, virando o placar para 13,50 a 13,46 pontos. O vice-líder do ranking, Sebastian Zietz, do Havaí, terminou em último com 12,77 e vai ter que passar pela segunda fase para já não ser ultrapassado pelo potiguar Italo Ferreira.

All eyes on Gabriel Medina as he heads out for his Round One heat. Gabriel Medina - WSL / Kelly Cestari

O campeão mundial Gabriel Medina também terá que disputar uma rodada extra em Grumari. Ele não conseguiu pegar boas ondas na bateria ficou em último no segundo confronto do dia, vencido pelo italiano Leonardo Fioravanti. Os atletas da elite vêm sofrendo bastante para ganhar destes surfistas que estão entrando como substitutos dos tops contundidos ou dos ausentes neste início de temporada. O próprio Medina já foi eliminado por um deles, o australiano Stu Kennedy, na Gold Coast.

"Eu não acho que eles (tops) sintam medo dos wildcards (convidados), pois eles são os melhores do mundo", opinou Leonardo Fioravanti, que lidera o ranking 2016 do WSL Qualifying Series. "Este é o World Tour, então o talento de todos aqui é incrível, mas eles sabem que os wildcards surfam sem nenhuma pressão e sempre tentam fazer o melhor possível para mostrar o seu surfe. É isso que estou tentando fazer, dar o meu melhor para ver o que vai acontecer no final da bateria. Esse ano está sendo fantástico para mim e quando você está confiante, facilita o seu desempenho".

Alejo Muniz winning his Round One heat. Alejo Muniz - WSL / Daniel Smorigo

CONFRONTOS BRASILEIROS - Com nove brasileiros caindo para a repescagem, três baterias ficaram 100% verde-amarelas. Isso garante três classificados para a terceira fase do Oi Rio Pro, porém três acabarão saindo da briga do título na primeira rodada eliminatória da etapa brasileira do Samsung Galaxy WSL Championship Tour. A segunda fase já vai começar com o campeão mundial Adriano de Souza enfrentando ao baiano Bino Lopes.

Na segunda bateria, o convidado Deivid Silva vai encarar o número 1 do Jeep WSL Leader, Matt Wilkinson. A torcida dos brasileiros é para mais uma derrota do australiano, pois só assim o potiguar Italo Ferreira terá chance de assumir a ponta do ranking com uma vitória no Oi Rio Pro 2016. Depois, tem Gabriel Medina contra Alex Ribeiro na quarta bateria e Caio Ibelli contra Jadson André na oitava. Na nona, entra Miguel Pupo com Adrian Buchan e na décima Wiggolly Dantas enfrenta outro australiano, Stu Kennedy.

Courtney Conlogue winning her Round One heat. Courtney Conlogue - WSL / Daniel Smorigo

ESTREIA DO FEMININO - Depois da estreia dos 36 concorrentes ao título masculino do Oi Rio Pro, foi iniciada a categoria feminina com as dezoito participantes competindo também pela primeira vez nas ondas de Grumari, que recebeu um ótimo público na terça-feira. A única representante do Brasil entre as meninas é a cearense Silvana Lima, que fez parte da elite mundial até o ano passado. Só que ela enfrentou a atual líder do ranking e defensora do título de campeã do Oi Rio Pro, Courtney Conlogue, com a americana confirmando o favoritismo.

"Eu acho que as condições do mar ficaram inconsistentes durante o dia inteiro, em termos das ondas boas. Mas, eu tive a sorte de estar no lugar certo na hora certa e consegui usar a minha prioridade (de escolha da próxima onda). Arrisquei umas manobras numas ondas e acabei me dando bem", disse Courtney Conlogue, que falou sobre a torcida que compareceu em bom número em Grumari. "Isso me deixa mais empolgada ainda para surfar o meu melhor em cada onda, quando você vê a galera gritando e pulando. Eu sou uma pessoa que também tem muita paixão pelo surfe e vendo uma torcida com a mesma paixão do que você, é muito emocionante".

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