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O catarinense Yago Dora venceu outra final brasileira em etapas do QS 6000 e praticamente garantiu sua vaga na elite dos top-34 que vai disputar o título mundial no World Surf League Championship Tour do ano que vem. Na primeira do ano com esse status, ele derrotou o líder do ranking, Jessé Mendes, em Newcastle, na Austrália. E nessa sexta-feira, a decisão do Azores Airlines Pro em Portugal foi contra o cearense Michael Rodrigues, que já havia sido vice-campeão em outro QS 6000 encerrado no último fim de semana na Espanha. Com a vitória, Yago Dora voltou ao segundo lugar no ranking com 19.610 pontos e Michael entrou na lista dos dez que se classificam para o CT, saltando do 12.o para o quarto lugar. Agora, o Brasil possui metade das vagas do WSL Qualifying Series.

Yago Dora (BRA) winner of the Azores AirLInes PRo 2017 Yago Dora (BRA) campeão do Azores AirLines Pro 2017 - WSL / WSL/POULLENOT

"É um sentimento incrível conseguir uma segunda vitória este ano e nem tenho palavras para descrever tanta emoção", disse Yago Dora. "No ano passado, eu não consegui ir tão bem no circuito e é muito louco como tudo mudou. Fazer a final com o Michael (Rodrigues) foi muito legal. Ele acabou de fazer uma final na Espanha e voltou a surpreender aqui também, então espero que ele consiga mais bons resultados no restante do ano para entrar no CT, porque surfa muito e merece também".

Os dois são especialistas nas manobras aéreas, que arrancaram as maiores notas dos juízes nas ondas de 3-4 pés da Praia de Santa Bárbara formando boas rampas para voar na Ilha de São Miguel, nos Açores. Foi assim que Yago Dora ganhou uma nota 9,0 para despachar o espanhol Gony Zubizarreta no primeiro confronto da sexta-feira. O catarinense repetiu o ataque para derrotar o australiano Wade Carmichael por 16,00 pontos com nota 9,23 na semifinal. E na decisão do título, conseguiu um 7,07 para superar Michael Rodrigues por 13,50 a 12,27 pontos e levantar o troféu de campeão do Azores Airlines Pro, que no ano passado foi vencido pelo pernambucano Ian Gouveia.

Yago Dora (BRA) winner of the Azores AirLInes PRo 2017 Yago Dora (BRA) winner of the Azores AirLInes PRo 2017 - WSL / WSL/POULLENOT

"O Ian (Gouveia) me pediu para ganhar esse evento para ele, pois ele não poderia estar aqui porque está rolando o CT em Trestles nessa semana", contou Yago Dora. "Definitivamente saiu um peso dos ombros agora. Meu objetivo era terminar a perna europeia com todos os pontos que precisava para me qualificar e acho que consegui fazer isso. Competir é o que eu amo fazer, então não importa pontos e classificação, vou aproveitar ao máximo os próximos eventos, pois enfrentar alguns dos melhores surfistas do mundo é sempre emocionante".

No ano passado, o havaiano Ezekiel Lau ficou com a última vaga no G-10 somando 18.750 pontos no ranking. Yago Dora já ultrapassou essa marca e atingiu 19.610 com os 6.000 recebidos pelo título no Azores Airlines Pro. Ele superou até os 19.450 que Ian Gouveia totalizou para se classificar para o CT 2017 em nono lugar, chegando perto dos 19.700 do oitavo colocado, o potiguar Jadson André. Ou seja, Yago Dora está com sua vaga praticamente garantida para reforçar a "seleção brasileira" do ano que vem junto com Jessé Mendes.

Michael Rodrigues (BRA) Michael Rodrigues (BRA) - WSL / WSL/POULLENOT

O cearense Michael Rodrigues também se aproximou bastante com a impressionante performance na "perna europeia", decidindo os títulos das duas etapas seguidas com status QS 6000. Apesar de não ter conseguido nenhuma vitória, foram dois resultados importantes que o levaram para o quarto lugar na classificação geral das 44 etapas completadas nas Ilhas Açores nesta sexta-feira em Portugal. Para chegar na final, Michael passou por dois duelos difíceis, decididos por pequenas diferenças.

Nas quartas de final, competiu numa hora ruim do mar, com poucas ondas boas entrando para os dois competidores. Ambos computaram as notas das duas primeiras que eles surfaram na bateria. As do cearense valeram 5,33 e 4,50, que foram suficientes para superar o espanhol Aritz Aranburu por 9,83 a 9,23 pontos. Já o baiano Bino Lopes, não deu chances para o australiano Davey Cathels e conquistou a última vaga para as semifinais por uma larga vantagem de 14,84 a 5,36 pontos.

Bino Lopes (BRA) Bino Lopes (BRA) - WSL / WSL/POULLENOT

Os dois brasileiros então se enfrentaram nas semifinais e Michael Rodrigues confirmou a passagem para a sua segunda final consecutiva na Europa por décimos de diferença no placar encerrado em 12,77 a 12,40 pontos. A nota 7,17 da sua última onda garantiu a classificação e Bino Lopes terminou em terceiro lugar no QS 6000 Azores Airlines Pro, subindo da 51.a para a 27.a posição no ranking do WSL Qualifying Series. O cearense chegou em Portugal na 12.a e agora é o quarto colocado com 15.090 pontos.

"Estou me sentindo muito bem, sabendo que tentei fazer o meu melhor para vencer, mas infelizmente não foi suficiente mais uma vez", disse Michael Rodrigues. "Mesmo assim, o segundo lugar foi mais um ótimo resultado para mim e estou muito mais confiante e animado para continuar na busca por mais pontos nos próximos eventos".

Wade Carmichael (AUS) Wade Carmichael (AUS) - WSL / WSL/POULLENOT

QS 10000 EM CASCAIS - O Brasil agora tem metade das dez vagas para o CT 2018 que estão sendo disputadas no WSL Qualifying Series. O paulista Jessé Mendes já está 100% garantido e lidera o ranking desde a sua vitória no QS 6000 de Sydney, no início do ano na Austrália. Yago Dora agora voltou a figurar na vice-liderança e Michael Rodrigues assumiu a quarta posição antes ocupada por Tomas Hermes, que caiu para o sexto lugar. Outro catarinense, Willian Cardoso, permaneceu em nono e a próxima etapa importante será também em Portugal, o QS 10000 Cascais Billabong Pro de 26 de setembro a 5 de outubro na Praia de Carcavelos, onde Jessé Mendes vai defender o título conquistado no ano passado.

O baiano Bino Lopes ficou bem perto da classificação para o CT em 2016, já figurou no G-10 esse ano e volta a brigar por uma vaga com o terceiro lugar conquistado no QS 6000 Azores Airlines Pro. Ele já fez duas finais esse ano, ficando em segundo lugar no QS 3000 da Ilha Martinica e em terceiro no QS 1000 de Sunset Beach, no Havaí. Agora, Bino é o quarto brasileiro entre os que estão mais próximos do G-10, abaixo dos paulistas Alex Ribeiro em 16.o lugar e Flavio Nakagima em 19.o, além do catarinense Alejo Muniz em 24.o.

Peterson Crisanto (BRA) Peterson Crisanto (BRA) - WSL / WSL/POULLENOT

"É claro que o terceiro lugar foi um ótimo resultado também, mas estou me sentindo muito mal porque um único erro que cometi me fez perder a bateria, infelizmente", destacou Bino Lopes, sobre a derrota na última onda surfada por Michael Rodrigues. "Parabéns para o Michael, porque ele aproveitou muito bem, esmagou a onda e mereceu a vitória. Fico feliz porque subi bastante no ranking e quero agradecer minha família, aos amigos, patrocinadores, minha namorada e todos que me apoiaram com as mensagens que recebi durante toda a semana".

Outro brasileiro que competiu no último dia do QS 6000 Azores Airlines Pro foi o paranaense Peterson Crisanto. Ele foi o único que não passou pelas quartas de final que abriram a sexta-feira na Praia de Santa Bárbara. O australiano Wade Carmichael achou as melhores ondas que entraram na bateria para vencer por 14,66 a 11,50 pontos, impedindo que as semifinais ficassem 100% verde-amarelas. Isso quase aconteceu no QS 3000 de Durban, na África do Sul, onde Alex Ribeiro ganhou uma final paulista com Hizunomê Bettero e Victor Bernardo terminou em terceiro lugar, empatado com o peruano Miguel Tudela.

Miguel Tudela (PER) Miguel Tudela (PER) - WSL / WSL/POULLENOT
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