- WSL / Kelly Cestari
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Highlights: Tyler vence no Rio
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A australiana sai do Brasil como líder do Ranking

A australiana Tyler Wright, 22 anos, conquistou o primeiro título do Oi Rio Pro apresentado por Corona na capital do Rio de Janeiro. Ela chegou na grande final contra a compatriota Sally Fitzgibbons, 25, com a lycra amarela do Jeep WSL Leader já garantida após a derrota da campeã da etapa brasileira da World Surf League em 2015, Courtney Conlogue, 23, na primeira semifinal. A terça-feira (17) amanheceu com ondas pequenas, mas com previsão de subirem e as quartas de final femininas só foram iniciadas as 13h00 no Postinho da Barra da Tijuca. O mar foi aumentando durante a tarde e a decisão das meninas aconteceu em séries de 6-8 pés, prometendo condições desafiadoras para a categoria masculina nos próximos dias. A chamada para o início da terceira fase foi marcada para as 6h30 da quarta-feira na arena do Postinho.

Tyler Wright winning the Final of the Oi Rio Pro. Tyler Wright - WSL / Daniel Smorigo

"O Brasil é sempre muito interessante e aconteceu um monte de coisas esse ano, competimos em Grumari, 40 minutos daqui, mas é sempre tudo muito divertido aqui", disse Tyler Wright, após sua terceira vitória nas quatro primeiras etapas da temporada 2016 da World Surf League. "Para mim, a melhor estratégia é não perder a calma e tentar me divertir sempre. Acho que nunca passei tanto sufoco num evento, como aqui. Tomei um caldo forte na final e estou exausta. Eu e a Sally (Fitzgibbons) somos da mesma região da Austrália e para mim não é surpresa chegarmos juntas na final, mas hoje foi o meu dia e estou muito feliz por mais uma vitória esse ano. As coisas vêm dando certo para mim e espero que continuem assim".

As duas australianas reeditaram a final de 2013 no Postinho da Barra da Tijuca, quando Tyler Wright conseguiu sua primeira vitória no Brasil. Já o retrospecto de Sally Fitzgibbons no Rio de Janeiro é impressionante. Ela foi finalista em cinco das seis edições da etapa brasileira desde que ela retornou a capital carioca em 2011, vencendo as de 2012 e 2014. Só não decidiu o título no ano passado, quando Courtney Conlogue conquistou a primeira vitória dos Estados Unidos no Brasil, derrotando a sul-africana Bianca Buitendag na grande final.

Sally Fitzgibbons winning her semifinal heat at the Oi Rio Pro in Rio de Janeiro, Brasil on Tuesday, May 17, 2016. Sally Fitzgibbons - WSL / Daniel Smorigo

CONDIÇÕES DIFÍCEIS - Além disso, as duas finalistas deste ano tinham nove vitórias em etapas do CT cada uma e a decisão de 35 minutos começou em séries pesadas de 6-8 pés, correnteza forte, céu nublado quase escurecendo as 16h30, mas com um bom público na praia enfrentando o vento e a frente fria entrando no Rio de Janeiro. As condições estavam tão difíceis que foi autorizado o uso do jet-ski para rebocar as atletas até o outside após a finalização das suas ondas depois da primeira semifinal.

Sally surfou a primeira da bateria mas foi fraca, de apenas 3,17 pontos. Já Tyler largou na frente com duas manobras potentes de frontside jogando água pra cima numa boa direita que valeram nota 8,67. Logo, Tyler pega uma esquerda enorme que só dá para dar uma batida forte de backside para tirar 3,77. Sally também despenca numa esquerda no mesmo lugar em frente a arena do evento, que acaba lhe derrubando na primeira manobra. As duas então voltaram a ficar posicionadas para surfar as direitas do Postinho, que eram a melhor opção na terça-feira.

Stephanie Gilmore, taking on Posthino in the quarters. Stephanie Gilmore - WSL / Daniel Smorigo

Depois delas ficarem um longo tempo só remando na forte correnteza do Postinho, Tyler pega outra direita que proporciona duas manobras para ganhar 4,10 e aumentar a vantagem contra Sally para 9,60 pontos nos 15 minutos finais da bateria. Enquanto Sally fica com a prioridade de escolha da próxima onda, aguardando por uma realmente boa, Tyler ficou pegando as que ela deixava passar para tentar trocar o 4,10 da sua segunda nota computada, até conseguir um 4,23 e depois um 4,33.

Só quando restavam nove minutos para o término, Sally achou uma boa direita para mostrar a força do seu frontside com duas manobras bem executadas e entrar na briga do título com nota 7,17, passando a precisar de 5,94 pontos nos minutos finais. As séries não paravam de entrar, com ondas cada vez maiores, prometendo grandes emoções para os próximos dias com a categoria masculina. As duas ficaram na zona de impacto levando ondas na cabeça, o tempo foi passando, acabou e a segunda vitória de Tyler Wright no Rio de Janeiro foi consumada por um placar de 13,10 a 10,34 pontos. O título valeu um prêmio de 60 mil dólares para a australiana.

Carissa Moore of Hawaii during the quarterfinals at the Oi Rio Women's Pro. Carissa Moore - WSL / Daniel Smorigo

"Acredito que o meu sucesso aqui no Rio de Janeiro é resultado da energia da torcida aqui, que é incrível", disse Sally Fitzgibbons. "Os brasileiros amam esportes e o surfe também, então é sempre um prazer competir aqui no Brasil. A final hoje (terça-feira) foi um verdadeiro desafio. As ondas estavam fortes e estou com meus ouvidos cheios de areia agora (risos). Parabéns para a Tyler (Wright), ela surfou muito bem o evento inteiro e mereceu o título. De manhã nem tinham ondas aqui e agora de tarde tinham 6 pés sólidos, aumentou bastante. Eu só precisava de mais uma oportunidade, mas a onda não veio e hoje foi o dia da Tyler vencer".

Nas quartas de final que abriram a terça-feira, as quatro surfistas que se classificaram foram as que já venceram a etapa brasileira da World Surf League desde que ela retornou para o Rio de Janeiro em 2011. Depois, a campeã de 2012 e 2014, Sally Fitzgibbons, barrou a defensora do título do Oi Rio Pro, Courtney Conlogue, na primeira semifinal e abriu a chance da compatriota Tyler Wright assumir a ponta do ranking na disputa seguinte. Para isso, ela precisava passar pela tricampeã mundial Carissa Moore, vencedora da etapa carioca em 2011, o que acabou conseguindo.

Johanne Defay placed second in her quarter final. Johanne Defay - WSL / Daniel Smorigo

"Fiquei muito chateada porque perdi bastante tempo para chegar no outside sem assistência do jet-sky e agora estão usando o jet-sky na outra semifinal. Não achei isso justo", reclamou Courtney Conlogue, que falou sobre a próxima etapa nas Ilhas Fiji. "Eu gosto muito de surfar lá e já estou ansiosa para embarcar. No ano passado, mesmo lesionada, cheguei até as quartas de final em Fiji e meu objetivo é melhorar esse resultado, porque para ganhar o título mundial é preciso fazer finais nas etapas. Essa foi a primeira vez que eu não cheguei na final esse ano, mas já quero virar essa página e focar no próximo evento".

Apesar de perder a liderança do ranking no Brasil, Courtney Conlogue continua viva na disputa do título mundial, sendo a única a ter chance de superar Tyler Wright e retomar a ponta na próxima etapa do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour para as meninas, de 29 de maio a 3 de junho nas Ilhas Fiji. A expectativa agora fica para a continuação do Oi Rio Pro com os homens devendo competir em condições desafiadoras nos próximos dias no Postinho da Barra da Tijuca. A primeira chamada para o início da terceira fase masculina foi marcada para as 6h30 da quarta-feira na arena no Postinho.

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