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Os brasileiros são maioria entre os concorrentes ao título do QS 10000 EDP Billabong Pro Cascais, que estava parado desde sábado aguardando a volta das ondas em Portugal. E entraram com força total na terça-feira, com séries de 6-8 pés na Praia do Guincho, mas as condições do mar ficaram tão difíceis, que só rolaram as quatro baterias restantes da quarta fase. O defensor do título desta etapa, Jessé Mendes, e os catarinenses Tomas Hermes, Willian Cardoso e Alejo Muniz, avançaram para as oitavas de final e se juntam ao paulista Deivid Silva e os potiguares Italo Ferreira e Jadson André, que se classificaram nas últimas baterias da sexta-feira em Portugal.

Tomas Hermes (BRA) placed 2nd in Heat 5 of Round Four at EDP BIllabong Pro Cascais 2017 in Cascais, Portugal Tomas Hermes - WSL / WSL/POULLENOT

São tantos brasileiros que um duelo ficou 100% verde-amarelo, entre Tomas Hermes e Willian Cardoso, que estão no grupo dos dez indicados pelo WSL Qualifying Series para a elite dos top-34 que disputa o título mundial no World Surf League Championship Tour. Tomas foi o primeiro a enfrentar as difíceis condições do mar na terça-feira e passou em segundo lugar no confronto vencido pelo português Frederico Morais, por 11,33 pontos apenas. O placar foi apertado e Tomas barrou o australiano Ethan Ewing por 10,84 a 10,34 em sua última onda.

Willian Cardoso ganhou a disputa seguinte com o 6,17 e 5,00 que recebeu nas duas únicas que surfou, superando os 10,43 pontos do italiano Leonardo Fioravanti e os 8,90 do francês Maxime Huscenot. Com o segundo lugar de Tomas Hermes e a vitória de Willian, os dois vão ter que disputar a sexta vaga para as quartas de final e um terminará em nono lugar no QS 10000 EDP Billabong Pro Cascais. No entanto, ambos já ganharam posições no ranking, com Tomas já aparecendo em quarto lugar e Willian em sexto, saindo da incômoda nona posição na lista dos dez que se classificam para o CT 2018.

Willian Cardoso (BRA) placed 1st in Heat 6 of Round Four at EDP BIllabong Pro Cascais 2017 in Cascais, Portugal Willian Cardoso - WSL / WSL/POULLENOT

"Foi muito difícil ganhar essa bateria contra o Leo (Leonardo Fioravanti) e o Maxime (Huscenot), pois ambos são grandes surfistas", destacou Willian Cardoso. "Os dois vivem na França e têm muita experiência em condições de mar como hoje (terça-feira) aqui no Guincho. Então, tentei fazer o meu jogo, pegar uma onda com algum espaço para fazer uma grande manobra e estou feliz por ter dado certo. Eu já estou buscando uma vaga no CT há doze anos e esta temporada está funcionando bem para mim, então espero fazer a final aqui para somar mais pontos para atingir meu grande objetivo".

MELHOR DO DIA - Na bateria seguinte, o líder disparado do ranking já com vaga confirmada no CT 2018 por antecipação e campeão do EDP Billabong Pro Cascais no ano passado, Jessé Mendes, confirmou todo o favoritismo contra o havaiano Ezekiel Lau e o australiano Ryan Callinan. O brasileiro fez os recordes das quatro baterias disputadas na terça-feira - nota 7,50 e 13,33 pontos - e vai enfrentar o norte-americano Griffin Colapinto no penúltimo duelo das oitavas de final.

Jesse Mendes (BRA) placed 1st in Heat 7 of Round Four at EDP BIllabong Pro Cascais 2017 in Cascais, Portugal Jesse Mendes - WSL / WSL/POULLENOT

"Eu tenho tentado aproveitar meu tempo para respirar bem, antes de uma bateria, durante a bateria, entre as manobras", disse Jessé Mendes, que segue firme rumo ao bicampeonato em Portugal. "Isso acalma os nervos e evita você lutar consigo mesmo. Essa é a maior lição que aprendi esse ano, saber como se manter calmo e paciente para escolher boas ondas para surfar nas baterias".

O havaiano Ezekiel Lau somou 9,97 pontos contra 9,50 de Ryan Callinan na bateria vencida por Jessé Mendes e será o adversário do catarinense Alejo Muniz na disputa pela última vaga nas quartas de final do QS 10000 de Portugal. Alejo competiu na hora que os ventos fortes já agiam negativamente na qualidade das ondas, tanto que logo após sua vitória a comissão técnica decidiu adiar as oitavas de final para a quarta-feira. Alejo ficou perdido no mar, mas achou uma onda no final que valeu 6,50 para vencer por 10,40 pontos, contra 10,00 de Griffin Colapinto e 8,83 do outro norte-americano, Nat Young, que foi eliminado.

Alejo Muniz (BRA) placed 1st in Heat 8 of Round Four at EDP BIllabong Pro Cascais 2017 in Cascais, Portugal Alejo Muniz - WSL / WSL/POULLENOT

"Nossa, estou muito feliz, é uma sensação incrível, pois pensei que tinha perdido a bateria", disse Alejo Muniz. "Eu não conseguia ouvir nada lá fora, então não sabia o resultado quando saí do mar. Eu tentei pegar a última onda que o Nat (Young) surfou e eu realmente não tinha qualquer ideia do que aconteceria. Eu perdi nessa fase nos últimos eventos do QS 10000 esse ano, então estou muito contente por ter passado para as oitavas dessa vez".

PRÓXIMO DO G-10 - Alejo Muniz é o brasileiro que está mais próximo da zona de classificação para o CT, porém só entra no G-10 se chegar na grande final do EDP Billabong Pro Cascais. Caso perca nas semifinais, termina com 14.600 pontos no ranking, um pouco abaixo dos 14.750 do sul-africano Michael February e do australiano Wade Carmichael, que no momento dividem a nona posição. February já perdeu em Portugal e Carmichael vai enfrentar o potiguar Jadson André no quarto duelo das oitavas de final.

Jadson Andre (BRA) freesurfing at EDP BIllabong Pro Cascais 2017 in Cascais, Portugal Jadson Andre - WSL / WSL/POULLENOT

Jadson é um dos tops da atual elite do CT que tenta se manter no grupo dos top-34 pelo ranking de acesso e precisa de um bom resultado para ficar mais perto do G-10. Outro que está fora dos 22 primeiros do Jeep WSL Ranking que permanecem no CT é o também potiguar Italo Ferreira, que disputa a bateria anterior com o havaiano Keanu Asing. Já o paulista Deivid Silva, que vem embalado do bicampeonato no QS 1500 de Marrocos, será o primeiro brasileiro a brigar por vagas nas quartas de final, na segunda bateria com o francês Joan Duru, mais um top do CT que busca sua permanência pelo ranking do QS.

MAIORIA BRASILEIRA - Os brasileiros são maioria entre os dezesseis finalistas do EDP Billabong Pro Cascais e tentam a quinta vitória consecutiva nas etapas do WSL Qualifying Series 2017. A outra que teve em Portugal foi encerrada com uma final verde-amarela e o catarinense Yago Dora também confirmou sua vaga antecipada no CT 2018, com a vitória sobre o cearense Michael Rodrigues no QS 6000 Azores Airlines Pro nas Ilhas Açores.

Frederico Morais (PRT) placed 1st in Heat 5 of Round Four at EDP BIllabong Pro Cascais 2017 in Cascais, Portugal Frederico Morais - WSL / WSL/POULLENOT

Agora em Cascais, são sete brasileiros escalados nas oitavas de final, contra dois australianos, dois norte-americanos, dois havaianos e três europeus que estão estreando na elite do CT esse ano, o português Frederico Morais, o italiano Leonardo Fioravanti e o francês Joan Duru. Frederico ganhou a primeira bateria da terça-feira na Praia do Guincho, a que Tomas Hermes se classificou em segundo lugar, eliminando o australiano Ethan Ewing.

"Nós tivemos uma chamada na Praia de Carcavelos, porque o swell (ondulação) parecia ser bom para lá, mas no final voltamos para o Guincho, que é uma praia muito bonita e eu adoro", disse Frederico Morais. "Foi difícil competir hoje (terça-feira) nessas ondas grandes, com várias séries quebrando em cima da sua cabeça. Mas, estou muito acostumado em surfar em condições assim, então me senti em casa, literalmente".

Leonardo Fioravanti (ITA)  placed 2nd in Heat 6 of Round Four at EDP BIllabong Pro Cascais 2017 in Cascais, Portugal Leonardo Fioravanti - WSL / WSL/POULLENOT

Frederico Morais enfrenta o italiano Leonardo Fioravanti na quinta oitava de final e a outra única bateria que não terá algum brasileiro disputando classificação é a primeira, entre o norte-americano Kanoa Igarashi e o australiano Stuart Kennedy. Os surfistas que chegaram nessa fase já garantiram um mínimo de 3.700 pontos no ranking. Quem passar para as quartas de final, a pontuação aumenta para 5.200, os semifinalistas recebem 6.500, o vice-campeão ganha 8.000 e os 10.000 pontos vão para o campeão, que também fatura o prêmio máximo de 40.000 dólares oferecido em etapas do WSL Qualifying Series.

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