- WSL / Rodrigo Farias Moreno

Os donos da casa brilharam nas boas ondas de 6-8 pés da quinta-feira no Chile, com Nicolas Vargas e Manuel Selman surfando os melhores tubos da semana em El Gringo. Outro destaque do terceiro dia do QS 3000 Maui and Sons Arica Pro Tour by Cerveza Corona & Canon, foi a participação peruana. Eles ganharam a maioria das dezesseis baterias no mais longo dia de competição em Arica, seis no total, com Martin Jeri pegando o primeiro tubaço da quinta-feira. A condição do mar estava tão boa que a terceira fase foi iniciada e o líder do ranking sul-americano da WSL South America, o brasileiro Thiago Camarão, foi um dos seis surfistas que já avançaram para a rodada classificatória para as quartas de final do QS 3000 do Chile.

Thiago Camarão - Maui and Sons Arica Pro Tour Thiago Camarão - WSL / Mauricio Lazo

Camarão participou do primeiro confronto do dia e não conseguiu pegar boas ondas, mas fez o suficiente para vencer. Depois, voltou ao mar para disputar a segunda bateria da terceira fase e dessa vez achou os tubos para computar notas 8,23 e 6,17 no segundo maior placar da quinta-feira, 14,40 pontos, que só ficou abaixo do novo recordista absoluto do Maui and Sons Arica Pro Tour, o chileno Nicolas Vargas, com nota 9,20 e 16,20 pontos. O norte-americano Jordy Collins avançou junto com Thiago Camarão para a quarta fase, derrotando os outros dois brasileiros que competiram nessa bateria, João Chianca e Lucas Silveira.

"Foi uma bateria difícil, porque todos que estava nela surfam muito bem", disse Thiago Camarão. "Então, meu plano foi tentar pegar o maior número de ondas possível, porque na bateria que disputei pela manhã, fiquei esperando demais para surfar. Acho que agora eu estava mais motivado e focado para ir bem nessa bateria, então estou feliz que deu tudo certo e eu avancei para a próxima fase".

Nicolas Vargas - Maui and Sons Arica Pro Tour Nicolas Vargas - WSL / Rodrigo Farias Moreno

Thiago Camarão foi quem chegou mais perto dos recordes dos chilenos Nicolas Vargas e Manuel Selman. Talvez, aproveitando-se do maior conhecimento da difícil onda de El Gringo, eles surfaram os melhores tubos do campeonato, únicos que receberam notas acima de 9 nesta oitava edição do Maui and Sons Arica Pro Tour. Os feitos foram conseguidos em suas baterias pela segunda fase da competição, que prossegue até domingo no Chile.

Nicolas Vargas era o menos favorito na sua, mas começou bem num tubo que valeu nota 7,0. A segunda onda foi boa também e recebeu 6,73, já a terceira foi um tubaço espetacular, incrível, com ele saindo no spray para ganhar nota 9,20 dos juízes, a maior do campeonato. O brasileiro Hizunomê Bettero conseguiu duas na casa dos 5 pontos para passar em segundo lugar com 11,10, contra os 16,20 do novo recordista absoluto do QS 3000 do Chile. Os dois acabaram eliminando os campeões das primeiras edições do Desafio de Arica, o chileno Guillermo Satt (2011) e o peruano Gabriel Villaran (2009).

Hizunome Bettero - Maui and Sons Arica Pro Tour Hizunome Bettero - WSL / Rodrigo Farias Moreno

"Estou muito feliz por ter vencido essa bateria, porque é muito difícil ganhar de dois ex-campeões do evento", destacou Nicolas Vargas. "Eu acordei bem cedo hoje (quinta-feira) para ver o mar e analisar as condições, então sabia que tinha oportunidade de conseguir notas mais altas. Dentro d´água, todos têm suas chances, então na hora da bateria eu só foquei em pegar as melhores ondas e tive a sorte de conseguir para passar em primeiro lugar".

Manuel Selman entrou seis baterias depois, a penúltima da segunda fase, garantindo a vitória com a única onda que surfou. Só que ela rodou um tubaço espetacular que arrancou nota 9,10 dos juízes, ao contrário dos seus adversários que não acharam nada. Manuel acabou somando uma nota 1,33 para vencer por 10,43 pontos, contra 8,20 do costa-ricense Anthony Fillingim, 7,40 do peruano Alonso Correa e 6,00 do australiano David Vlug.

Manuel Selman - Maui and Sons Arica Pro Tour Manuel Selman - WSL / Rodrigo Farias Moreno

"Eu passei um tempão na bateria só esperando, mas meus oponentes também", disse Manuel Selman. "Quando aquela onda apareceu, eu sabia que eu estava um pouco deep demais, mas não queria deixar passar para os outros. Então, eu já entrei nela sabendo que teria que botar pra baixo e acho que foi um milagre ter saído do tubo, que foi demais".

Além dos dois recordistas, apenas mais um chileno continua na disputa do título em El Gringo, o jovem Cristobal Montecinos, que vai enfrentar o próprio Nicolas Vargas na quinta bateria da terceira fase. O peruano Lucca Mesinas e o argentino Leandro Usuña, atual campeão sul-americano da WSL South America, serão seus adversários.

Miguel Tudela - Maui and Sons Arica Pro Tour Miguel Tudela - WSL / Pablo Jimenez

PARTICIPAÇÃO PERUANA - Lucca Mesinas foi um dos seis peruanos que saíram do mar em primeiro lugar nas suas baterias. O recorde de vitórias na quinta-feira começou com Martin Jeri surfando o primeiro tubaço do dia, que valeu nota 8,0. Miguel Tudela ganhou o confronto seguinte, assim como Lucca Mesinas na décima bateria e Tomas Tudela, que na 12.a derrotou Leandro Usuña em suas estreias no Maui and Sons Arica Pro Tour.

As outras duas foram conquistadas nos confrontos da terceira fase, que fecharam a quinta-feira. Martin Jeri ganhou outra, a última do dia, quando Miguel Tudela foi barrado pelo brasileiro Marcos Correa. E o campeão nos tubos de El Gringo em 2013, Alvaro Malpartida, viu os seus recordes da quarta-feira serem batidos pelo chileno Nicolas Vargas, mas fez outra boa apresentação para ganhar a primeira batalha por vagas para a rodada classificatória para as quartas de final. O norte-americano Skip McCullough passou em segundo, com ambos barrando o brasileiro Peterson Crisanto e o argentino Nahuel Amalfitano.

Alvaro Malpartida - Maui and Sons Arica Pro Tour Alvaro Malpartida - WSL / Pablo Jimenez

"Eu acho que tive muita sorte, porque qualquer um poderia ter vencido essa bateria", disse Alvaro Malpartida. "Eu não peguei as melhores ondas do dia como ontem (quarta-feira), mas estou feliz por ter avançado. Hoje (quinta-feira) rolaram muitos tubos bons e estou amarradão em ter a oportunidade de surfar mais nesse campeonato. É difícil fazer 16 baterias em um dia aqui em Arica, mas as condições ajudaram bastante hoje. Eu só posso estar muito contente, pois estou surfando no campeonato que eu mais gosto e na onda que eu mais gosto".

BICAMPEONATO INÉDITO - Com as eliminações do chileno Guillermo Satt e do peruano Gabriel Villaran na quinta-feira, Alvaro Malpartida é o único que pode conquistar um inédito bicampeonato no Maui and Sons Arica Pro Tour. Outros surfistas que já decidiram o título, também querem a vitória que não conseguiram. O uruguaio Marco Giorgi foi derrotado na final de 2014 pelo brasileiro Jessé Mendes, que lidera o ranking do WSL Qualifying Series. E o australiano Dean Bowen perdeu no ano passado para o francês William Aliotti.

Vitor Mendes - Maui and Sons Arica Pro Tour Vitor Mendes - WSL / Rodrigo Farias Moreno

Os dois passaram suas baterias de estreia na segunda fase e voltarão a competir na sexta-feira. Dean Bowen vai entrar na primeira bateria do dia, as 7h00, com o também australiano Jack Robinson, o francês Marc Lacomare e o brasileiro Jeronimo Vargas, vice-líder no ranking sul-americano da WSL South America. Já Marco Giorgi vai disputar as duas últimas vagas para a quarta fase, com o chileno Manuel Selman, o americano Jake Marshall e o português Nic Von Rupp.

"Eu consegui uma ondinha boa no início, mas sabia que tinha melhores", disse Dean Bowen. "Teve uma que poderia ter sido a melhor onda da minha vida se eu saísse do tubo, mas me atrasei demais nela. Foi a melhor onda que eu vi aqui e eu quase saí, só que a onda fechou e bati com muita força no fundo de pedra. Fiquei um pouco machucado, mas consegui voltar ao outside e pegar outra para vencer a bateria".

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