- WSL / Luiz Blanco

O jovem carioca Anderson da Silva, o Pikachu criado nas ondas do Arpoador, estabeleceu novos recordes para o Layback Pro Rio na bateria mais aguardada do dia. Com o feriado na quinta-feira, um grande público compareceu na Prainha e vibrou com o show de surfe comandado pelos surfistas do Rio de Janeiro. Anderson Pikachu conseguiu uma nota 9,5 e atingiu 16,93 pontos, para derrotar um dos favoritos, João Chianca, que estava na elite do CT esse ano. O cearense Cauã Costa, que mora no Rio de Janeiro, também brilhou e a peruana Daniella Rosas ganhou a primeira bateria feminina na primeira etapa do World Surf League (WSL) Qualifying Series na Prainha.

"A onda que eu consegui fazer a maior nota do campeonato, foi uma esquerda muito boa. O meu forte é o backside, então eu já estava procurando as esquerdas e sobrou a melhor onda pra mim. Eu estava no lugar certo e consegui fazer as manobras que eu queria", disse Anderson da Silva. "Eu só tenho que agradecer a Deus, porque a bateria estava pesada demais, mas deu tudo certo e vamos com foco total pra próxima fase. Este é meu primeiro QS esse ano e eu sabia que a bateria ia ser pesada, com o Leandrinho (Leandro Bastos), o João Chumbinho, mas cheguei dentro d´água e dei o meu melhor para vencer".

Anderson da Silva Anderson Pikachu entrevistado por Marina Werneck na transmissão ao vivo - WSL / Luiz Blanco

Leandro Bastos e João Chianca já tem vitórias do QS no currículo e eram os favoritos, mas o surfista da comunidade do Cantagalo, fruto do projeto do Arpoador Surf Club e da Favela Surf Club, que tira as crianças da ociosidade para surfar, fazer treinamentos, consertar pranchas, achou a melhor onda que entrou na Prainha nos dois primeiros dias do LayBack Pro Rio. A esquerda armou o paredão, para ele mandar uma série de três manobras muito potentes de backside, atacando os pontos mais críticos da onda para ganhar nota 9,50 dos juízes.

Depois, Anderson Pikachu surfou bem outra esquerda e somou 7,43 na vitória por 16,93 pontos, ultrapassando os 16,06 do paraibano José Francisco, que era o maior placar do campeonato. Essa bateria foi disputada na melhor hora do mar na quinta-feira, com todos tendo oportunidade de surfar boas ondas. A batalha pela segunda vaga para a terceira fase foi intensa, com João Chianca e Leandro Bastos ganhando nota 7,33 na melhor onda deles. Chumbinho se classificou, mas foi por uma pequena diferença de 14,23 a 13,90 pontos.

"Este ano está diferente pra mim, parece que as baterias de alto nível estão me perseguindo. Eu só pego atletas de alto nível, sempre no dia deles e não foi diferente dessa vez", disse João Chianca. "O Anderson (da Silva) pegou a melhor onda do dia realmente. Eu vi ali de trás, que ele fez três manobras muito boas. Fora isso, tinha o Leandro também, que já me treinou e fez uma bateria páreo duro comigo. Estou feliz, porque a Prainha é um lugar mágico, que eu tenho usado muito como campo de treinamento. Então, é bom finalmente estar competindo aqui, mostrando um pouco do que eu tenho treinado esse tempo todo".

Joao Chianca João Chianca fazendo mais uma grande bateria esse ano - WSL / Luiz Blanco

João Chianca participou da primeira metade do CT 2022, porém saiu da elite no novo corte implantado esse ano, no meio da temporada. Mas, até agora nenhum brasileiro conseguiu bater as marcas que deixou na sua curta passagem pela divisão principal da World Surf League, registradas nos duelos com o bicampeão mundial John John Florence, considerados por muitos como as melhores baterias do ano. Chumbinho perdeu para o havaiano com uma nota 9,87 num tubaço surfado em Pipeline e totalizando 17,73 pontos nas direitas de Bells Beach.

LOCAL DA PRAINHA - Antes do surfista de Saquarema também fazer parte da melhor bateria do LayBack Pro Rio, com os cariocas Anderson da Silva e Leandro Bastos, além do cearense Glauciano Rodrigues, um dos destaques do primeiro dia, um local da Prainha já tinha levantado a torcida que encheu a praia na quinta-feira. O jovem Vitor Ferreira, conquistou a primeira vitória carioca na segunda fase, eliminando o recordista de pontos da quarta-feira, José Francisco. O uruguaio Martin Ottado avançou em segundo lugar, junto com ele.

"Foi maravilhoso competir em casa. Eu nunca imaginei disputar um QS aqui, com minha família, os amigos da praia, amigos da escola, muitas pessoas me dando apoio e senti que essa energia toda veio pra mim na bateria", disse Vitor Ferreira. "Estou felizão de estar aqui vivendo isso, mas foi só o primeiro dia pra mim e temos um longo evento ainda. A Layback veio com tudo pra apoiar o surfe, já patrocinaram duas etapas em Florianópolis e está investindo aqui com essa estrutura gigante. Então, a gente só tem que agradecer aos organizadores. Todo mundo está muito feliz, em poder estar vivendo tudo isso aqui".

Vitor Ferreira Vitor Ferreira contou com grande apoio da torcida na Prainha - WSL / Luiz Blanco

Outro surfista que, como Vitor Ferreira, mora no Recreio dos Bandeirantes, próximo à Prainha, também se destacou nas boas ondas da quinta-feira. O atual campeão sul-americano Pro Junior da WSL Latin America, Cauã Costa, é cearense, mas há muito tempo mora na capital carioca e conseguiu a segunda maior somatória do dia. Os 15,00 pontos que ele totalizou na décima bateria, só ficaram abaixo dos 16,93 do novo recordista absoluto do LayBack Pro Rio, Anderson "Pikachu" da Silva.

"Rolou altas ondas na bateria e, graças a Deus, eu consegui pegar duas boas no finalzinho para virar com dois setes altos", disse Cauã Costa, referindo-se as notas 7,60 e 7,40 que recebeu nas suas melhores ondas. "Foi um dia sensacional na Prainha, com altas ondas desde cedo e estou amarradão por passar para a próxima fase. Vamos vir com tudo amanhã também".

Cauã Costa O cearense Cauã Costa mora no Recreio dos Bandeirantes há muitos anos - WSL / Luiz Blanco

VAGAS NOS TOP-10 - Os surfistas que estão defendendo vagas no grupo dos top-10 do ranking regional da WSL Latin America, que se classifica para disputar o Challenger Series em 2023, também competiram nas boas ondas da quinta-feira na Prainha. Entre os sete que participam do LayBack Pro Rio, apenas Weslley Dantas (6.o do ranking) não passou para a terceira fase. Já o vice-líder, Gabriel André, Heitor Mueller (4.o), Ryan Kainalo (5.o), Igor Moraes (8.o) e os argentinos José Gundesen (3.o) e Santiago Muniz (9.o), avançaram.

O paulista Gabriel André estreou na última bateria do dia e liderou desde a nota 6,50 da sua primeira onda. Depois, somou um 5,83 para vencer por 12,33 pontos. O jovem surfista de Saquarema, Rickson Falcão, um dos competidores mais novos do LayBack Pro Rio, de apenas 14 anos de idade, ficou com a última vaga para a terceira fase. Os 9,33 pontos que conseguiu com notas 4,83 e 4,50, superou os 7,30 de Luciano Brulher e os 7,27 do Pedro Martins.

"Eu estava bem ansioso pra competir. Passei o dia todo vendo altas ondas e graças a Deus que deu tudo certo", disse Gabriel André. "Eu já tinha vindo surfar aqui, mas pra competir é a primeira vez e esse lugar é alucinante, tem altas ondas, é um paraíso e vamos desfrutar. Não quero pensar muito em ranking, só em bateria por bateria. Mas, é lógico que eu quero uma vaga no Challenger, então quanto mais em cima eu me manter, será melhor para mim".

Gabriel Andre O vice-líder do ranking, Gabriel André, estreou na última bateria do dia - WSL / Luiz Blanco

ESTREIA DO FEMININO - O LayBack Pro Rio foi iniciado na quarta-feira só com a primeira fase masculina e a categoria feminina abriu o segundo dia da inédita etapa do WSL Qualifying Series na Prainha. A peruana Daniella Rosas, bicampeã sul-americana da WSL Latin America que estava na Austrália, competindo nas duas primeiras etapas do Challenger Series 2022, ganhou a primeira bateria feminina da história do QS na Prainha.

"É a minha primeira vez aqui na Prainha e dá pra ver que é um lugar de boas ondas, muito bonito", disse Daniella Rosas. "Consegui vencer essa, mas vamos passo a passo, bateria a bateria, sempre tentando mostrar o meu surfe. Achei a Prainha um lugar super lindo, supertranquilo, me encanta toda essa Natureza incrível, então estou superfeliz em estar aqui competindo".

Daniella Rosas A peruana Daniella Rosas ganhou a primeira bateria feminina na Prainha - WSL / Luiz Blanco

A carioca Julia Duarte passou junto com a peruana, para enfrentar as cabeças de chave que vão estrear somente na segunda fase do LayBack Pro Rio. O segundo confronto da quinta-feira foi 100% brasileiro e se classificaram a cearense Larissa dos Santos e outra carioca, Mariana Areno. Depois, teve outra vitória peruana de Melanie Giunta e a jovem catarinense Isabelle Nalu, de apenas 15 anos de idade, ganhou a quarta e última bateria da primeira fase.

"Eu estava ansiosa para competir aqui. Eu nunca tinha surfado nessa praia e eu amo o Rio de Janeiro, então pra mim foi superlegal ter passado em primeiro a minha primeira bateria aqui", disse Isabelle Nalu. "O mar está um pouco difícil, mas se você acha a onda certa, a parede abre para fazer as manobras. Teve algumas que eu caí, porque não estou acostumada a surfar aqui, mas estou muito feliz por estar em um campeonato com ondas boas".

Isabelle Nalu Isabelle Nalu fechou a primeira fase feminina com vitória - WSL / Luiz Blanco

ATRAÇÕES EXTRAS - Com o feriado na quinta-feira, os cariocas encheram a Prainha e muitos aproveitaram as atrações extras, que acontecem paralelamente à competição no LayBack Pro Rio. Foram realizadas mais atividades do "Jiu-Jitsu 4 Life", bem como as clínicas de skate promovidas pela Carma Skateshop na "Mini Ramp Sessions" e muita gente também visitou as lojas do "Local Market", instaladas no estacionamento da Prainha.

O LayBack Pro Rio é uma realização da Agência Esporte & Arte (AEA), licenciada pela WSL Latin America para promover esta etapa do WSL Qualifying Series, homologada pela FESERJ (Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro), que conta com apresentação do Bar 399 e patrocínio da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, Corona e Metha Energia; suporte da ASAP (Associação dos Surfistas e Amigos da Prainha), BOLD Snacks e Orla Rio; apoio da Monster Energy, RIOZEN Toyota e site Waves.com.br, com a FIRMA produzindo a transmissão ao vivo pelo WorldSurfLeague.com.

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