- WSL / Yerko Vasquez

O chileno Guillermo Satt e o brasileiro Douglas Silva foram os destaques em mais um dia com show de tubos em El Gringo, na Ex Isla El Alacrán de Arica, no Chile. Nas ondas de 6-8 pés do sábado, eles bateram os recordes do Maui and Sons Arica Pro Tour 2022. Guillermo ganhou nota 9,77 no melhor tubo da semana e Douglas surfou dois excelentes também para atingir 18,00 pontos. Eles passaram para a rodada dos 16 melhores do QS 5000 de Arica, que termina neste domingo no Chile.

O evento mais importante da temporada 2022/2023 da World Surf League (WSL) Latin America, está sendo transmitido ao vivo pelo WorldSurfLeague.com e a primeira chamada do último dia foi antecipada para as 6h45 em El Gringo, 7h45 no Brasil. No sábado, rolaram mais seis baterias e apenas doze surfistas seguem na briga pelo título do primeiro QS 5000 do ano na América do Sul. São oito brasileiros, três peruanos e um chileno, o recordista Guillermo Satt, campeão nos tubos de El Gringo em 2011.

As duas baterias que registraram novos recordes para o Arica Pro Tour 2022, foram disputadas no início da manhã, quando o mar ficou clássico, com El Gringo bombando tubos perfeitos na perigosa bancada da Ex Isla El Alacrán. O sábado começou com os irmãos peruanos, Miguel e Tomas Tudela, eliminando dois chilenos, Manuel Selman e Gustavo Dvorquez. A segunda bateria foi 100% brasileira e foi nela que Douglas Silva surfou tubos fantásticos, se entocando lá dentro e só reaparecendo na baforada.

Miguel Tudela Miguel Tudela segue defendendo a liderança do ranking da WSL Latin America no Chile - WSL / Kemichh

Foram três seguidos. O primeiro valeu 7,67, o segundo foi o mais espetacular e a média ficou em 9,07 e o último também foi incrível, recebeu 8,93. Com a soma das duas maiores notas, Douglas Silva se tornou o novo recordista do Maui and Sons Arica Pro Tour com 18,00 pontos. O carioca Lucas Silveira, que tem título de campeão mundial Pro Junior da World Surf League no currículo, também surfou um tubaço nota 8,00 para avançar em segundo lugar.

"Estou muito feliz em estar competindo aqui em El Gringo pela primeira vez. É um lugar que sempre me falaram que, se eu viesse pra cá, eu ia me dar bem, porque é só tubo e tubo é o que eu mais gosto e sei fazer muito bem", disse Douglas Silva. "Lembro que o (Fabio) Gouveia uma vez falou pra mim: Dodô, quem tem a leitura da onda de Maracaípe (onde ele mora em Pernambuco), surfa em qualquer lugar do mundo. Então sempre levo isso comigo, da sabedoria de um grande mestre, um ídolo, que é o Fabinho".

Douglas também falou sobre sua tática para fazer os recordes em El Gringo: "Foi muito irado esses tubos que fiz hoje, mas eu estava nervoso. A gente sabe que a onda aqui é bonita, impressiona, mas tem que ter o respeito pela bancada. Eu escolhi não ir na primeira onda da série, para pegar a segunda, porque vai ter mais água na bancada. Foi assim que fiz aquele 9, depois peguei outro também muito bom. Eu tive a calma pra escolher as ondas certas e está sendo uma experiência incrível competir nessas ondas. Já me sinto em casa aqui".

Douglas Silva Douglas Silva fez um novo recorde de pontos nos tubos de El Gringo - WSL / Yerko Vasquez

Mas, em casa mesmo está Guillermo Satt, um dos poucos surfistas que participou de todas as 10 edições anteriores da etapa do WSL Qualifying Series mais antiga da América do Sul, fora do Brasil. Ele foi o campeão na segunda delas, em 2011, na única vitória do Chile na rica história do Arica Pro Tour, em uma das ondas mais perigosas do mundo. Guillermo surfou um tubaço impressionante, muito longo, ficando muito profundo, entocado lá dentro por vários segundos, atravessando as placas caindo à sua frente e saiu em pé, mostrando controle total.

Um dos cinco juízes deu nota 10 e a média ficou 9,77, recorde do ano em El Gringo. Guillermo Satt só surfou duas ondas nesta terceira bateria do dia, as duas que são computadas nos resultados. O primeiro tubo valeu 7,50, que somado ao 9,77, totalizou 17,27 pontos, bem perto do recorde do Douglas Silva no confronto anterior. Três brasileiros disputaram a outra vaga para a terceira fase e Samuel Igo eliminou Krystian Kymerson e Phillipe Neves.

"Na verdade, as condições estão épicas e minha estratégia foi esperar duas ondas boas para vencer", disse Guillermo Satt, que pegou sua segunda onda já nos minutos finais da bateria. "Eu sabia que o que valia era tubaço, então tive paciência para esperar. Eu tinha começado bem com um 7,50, depois entrou essa onda perfeita e eu estava no lugar certo. Ela até parecia ser pequena, mas foi um tubaço incrível. É muito bom estar competindo em casa, representando meu país e agora vamos seguir com tudo para a próxima bateria".

Guillermo Satt Guillermo Satt saindo do tubo mais profundo da sexta-feira em El Gringo - WSL / Yerko Vasquez

VENTO MARAL - Só que sua segunda bateria no sábado não aconteceu. Novamente, o vento maral que acaba com a formação dos tubos em El Gringo, entrou cedo, por volta das 11h00 e as duas últimas baterias programadas para fechar o dia, tiveram que ser canceladas. Um confronto entre Brasil e Peru, com Douglas Silva e Samuel Igo enfrentando Cristobal de Col e Tomas Tudela, campeão do Arica Pro Tour em 2017, ficou para abrir o domingo. Guillermo Satt entra na segunda do dia, com o líder do ranking da WSL Latin America, Miguel Tudela, do Peru, e os brasileiros Lucas Silveira e Gabriel Klaussner.

As últimas baterias do sábado terminaram com duas dobradinhas brasileiras. As primeiras vagas para o grupo dos oito finalistas do Maui and Sons Arica Pro Tour, foram conquistadas por Ian Gouveia e Rafael Teixeira, contra Eric Bahia e o peruano Joaquin del Castillo. Nessa, os tubos ainda estavam bombando em El Gringo e Ian Gouveia fez o terceiro maior placar do campeonato, 15,54 pontos, com notas 7,87 e 7,67. O Eric Bahia também fez um tubaço nota 8,27, porém foi a única onda que surfou e acabou superado por Rafael Teixeira.

Ian Gouveia Ian Gouveia fez a terceira maior somatória do campeonato na penúltima bateria do dia - WSL / Kemichh

Na última do dia, o vento já estava agindo negativamente na formação das ondas e Vitor Ferreira venceu por apenas 7,03 pontos, somando 3,70 com 3,33. Em segundo passou Heitor Mueller com 3,40 nas duas notas computadas, superando os 2,54 do argentino Leandro Usuna e 2,20 do Valentin Neves. Heitor Mueller é o novo vice-líder no ranking regional da WSL Latin America, que vai classificar dez surfistas para o Challenger Series de 2023, a divisão de acesso para a elite do World Surf League Championship Tour.

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